Ato I
Ouviu de quem nem o conhecia direito que era isso, aquilo e aquilo outro. Antes já havia ouvido algo que não dizia respeito a si próprio, mas vinha como resposta a uma pergunta sua. Achou melhor consultar quem de longa data já sabia como era, quem era e porque sofria.
Ouviu como resposta o espanto do amigo sobre aquilo que lhe haviam dito e acalmou-se um pouco. Mesmo assim, ainda dentro de si carecia de respostas, respostas que lhe curassem a dor dos disparos sofridos. Começou, como sempre, um auto-exame de suas atitudes, de suas falas, de todo o seu redor.
Era estranho ver como as pessoas não lhe viam como realmente era. Como faziam dele uma imagem da qual apenas representava. Confundiam o ator com a personagem. Personagem essa que iria sair de cena, já que a platéia do espetáculo não era de seu interesse que mudasse. Foi com outro amigo que comparou a vida a uma peça de teatro. E realmente, a definição caiu como uma luva. O amigo, como bom diretor que era, lhe disse que a personagem não precisava deixar a cena completamente e que sim, era preciso que lhe dessem um tom diferente, que, talvez, ao invés de soar como protagonista, ela passasse a ser coadjuvante. E completou:
- Ás vezes, a platéia amarga faz da comédia, por melhor que seja o elenco, um fiasco total.
Fim do primeiro ato!
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